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domingo, 20 de outubro de 2019

“Miss Gage visita a Biblioteca da Escola Básica e Secundária de Gama Barros”


A Biblioteca da ESGB recebeu, uma vez mais, a visita da heroína do livro A viúva e o papagaio da autoria da escritora Inglesa Virginia Woolf.

Miss Gage “viajou” diretamente da aldeia de Spilsby, onde vive, para vir contar todas as peripécias por que passou depois de receber, há vários anos, uma carta que a informava da morte do seu irmão e da herança que este lhe legava.
Mas Miss Gage veio, também, com a intenção de dar a conhecer um pouco da vida e da obra de Virginia Woolf  e, sobretudo de, ao fazê-lo, ensinar os alunos do 5.º ano a tomar notas durante o processo de pesquisa.
Numa aparente brincadeira com os alunos, Miss Gage ajudou-os, ainda, a localizarem as aldeias onde ela vive, assim como aquela onde vivia o seu irmão, respetivamente Spilsby e Rodmell, com recurso ao Google Earth. No final, os alunos assinalaram a localização destas aldeias no mapa das Ilhas Britânicas com recurso à App “Goodreader”.
Foram aulas muito animadas e muito produtivas. 


















terça-feira, 1 de outubro de 2019

Leituras de porta em porta suscita reflexão sobre a situação da Seca em Portugal



 Alunos Monitores e candidatos a monitores prontos para as Leituras de porta em porta



Leituras de porta em porta

Dia 1 de outubro – Dia Nacional da Água

Os especialistas não têm dúvidas: a atual seca é das piores dos últimos 100 anos em Portugal e uma das mais intensas e prolongadas.
A situação mais grave vive-se no distrito de Viseu, onde a escassez de água na barragem de Fagilde obrigou a uma megaoperação de transporte de água.
Mas a seca verifica-se um pouco por todo o país, de Trás-os-Montes ao Alentejo. 
E os efeitos já dão que falar: quer o preço da água quer o preço da luz poderão subir.
Para já, o Governo afasta a hipótese de racionamento de água, mas apela aos cidadãos para um uso cuidadoso de um recurso que "ainda existe". 
No final de outubro, todo o território de Portugal continental encontrava-se em situação de seca severa (24,8%) e extrema (75,2%).
Das 60 albufeiras monitorizadas, 28 estão abaixo dos 40% do volume total.
Seriam necessários muitos dias de chuva para repor os níveis habituais.
A seca extrema está já a prejudicar culturas e pasto para animais, com muitos produtores a falarem de "calamidade" e a reclamarem do Governo ajudas extraordinárias para fazer face aos prejuízos.

A situação mais dramática vive-se no distrito de Viseu.
A escassez de água na barragem de Fagilde, que abastece 130 mil pessoas dos concelhos de Mangualde, Nelas, Viseu e Penalva do Castelo, levou o Governo a montar uma megaoperação inédita.
Dezenas de camiões-cisterna foram mobilizados para levar água da Albufeira da Aguieira, que tem uma capacidade maior, para a Albufeira de Fagilde.
A Norte, na região entre o Douro e Trás-os-Montes, os agricultores têm sentido na pele os efeitos da seca. Sem chuva não há vegetação e sem vegetação os animais não têm pastagens que lhes sirvam de alimento. As reservas de alimento que existem estão a ficar esgotadas. 

Nascente do Douro secou
Um vídeo partilhado no Twitter mostra a nascente do Rio Douro, na Serra do Urbión, na província espanhola de Sória, sem água. As imagens foram partilhadas por Agustín Sandoval a 1 de novembro.
Os residentes não se lembram da última vez que a seca atingiu assim um dos símbolos hídricos da Península Ibérica, particularmente de Portugal, onde desagua na sua plenitude.
No Alentejo, os campos deviam estar verdes e floridos, mas deles só sai pó. Estão muito secos e as sementeiras precisam de água para crescer. 
Os agricultores e produtores de gado não se lembram de um ano assim.
Devido à falta de pastagens, os produtores têm sido obrigados a suportar grandes custos para alimentar os animais.

Num único rebanho, mais de 100 cabras sofreram abortos

No Alto Alentejo, uma das áreas mais atingidas pela seca, num único rebanho de cabras registaram-se mais de 100 abortos espontâneos. 

Algarve também já foi atingido

No Algarve, há montes no nordeste onde os furos que fornecem água às populações estão a ficar sem água. 
Os concelhos de Alcoutim e Castro Marim têm sido os mais afetados. Aqui, os produtores começam a não ter água para dar aos animais. Além de os furos estarem a secar, as ribeiras não tem água em condições devido às descargas de fossas que lá vão parar.
Também a produção de azeitonas está a ressentir-se. Já foram criados apoios para fazer face a esta situação, mas estes não chegam a todos os produtores.

 

Luz também pode ficar mais cara

A seca está a deixar a produção de eletricidade nas barragens a níveis mínimos para não comprometer o abastecimento de água para consumo humano. E isso pode vir a ter efeitos na fatura da luz paga pelos portugueses.
Sem água, a produção é desviada para fontes de energia mais caras o que, em última análise, pressiona uma eventual subida das tarifas de eletricidade.

 

Preço da água pode subir

Foi o próprio ministro do Ambiente, João Matos Fernandes que admitiu que o preço da água pode vir a subir. O governante lembrou que as tarifas se vão manter no próximo ano, porque “já estão aprovadas”, mas vincou que é preciso repensar o preço da água  “em tempos de escassez”.

Quebra das colheitas e abandono de culturas

Os agricultores temem que, devido à seca, os custos de produção das colheitas e culturas sejam demasiado elevados, se não forem tomadas medidas de apoio por parte do Governo.
Muitos antecipam mesmo uma situação de abandono de algumas colheitas.
Este ano, já houve impacto em várias produções. Caso da azeitona, por exemplo, que sofreu uma quebra na ordem dos 40 a 45%.
Os produtores de queijo também já avisaram que a seca vai afetar a produção e que os preços podem aumentar a curto prazo.

 

Produção de arroz em risco

No vale do Sado, este ano o arroz ainda foi colhido, mas não se sabe como será no próximo. 
Se não chover e não houver ajudas do Governo, os produtores de arroz temem passar por dificuldades.

 

Os efeitos a longo prazo

As implicações no fornecimento de água para abastecimento humano, na agricultura, na indústria e na produção hidroelétrica são consequências que os cidadãos sentem no imediato. Porém há outras, indiretas, que se registam a longo prazo.
A seca promove condições que levam à ocorrência e a propagação de fogos florestais. Este ponto é particularmente importante dado que este ano o país foi assolado por tragédias causadas por grandes incêndios. 
Há ainda outro problema: a qualidade da água. A qualidade da água pode ficar comprometida pela falta de renovação dos caudais. É que havendo pouca renovação da água, determinadas substâncias, sejam elas poluentes, sejam elas adubos, ficam mais concentrados nas origens da água.
Outros efeitos são o aumento da erosão dos solos e a eliminação da cobertura vegetal.
Os portugueses consomem, em média, cerca de 150 a 200 litros de água por dia, quando a ONU diz que o limite deveria ser de 50 litros. 
Mais, em Portugal, um em cada três litros de água é desperdiçado antes de chegar às torneiras.
Numa altura de seca, o Governo tem apelado constantemente à poupança da água. Até porque serão necessários dois ou três meses chuvosos para resolver parte do problema.

Em 20 anos, a água será um bem “muito escasso”

Além das falhas no abastecimento, há ainda excessos no consumo.
Os especialistas temem que em 20 anos, a água passará de “bem escasso” a “bem muito escasso”.

 

Sete gestos simples para usar no dia a dia

 

Banhos rápidos: é na higiene diária que o desperdício é maior, particularmente na hora de tomar banho. Se optar pelo duche pode poupar até 5.000 litros de água por mês. E se esse duche for de apenas cinco minutos poupa mais 1.300 litros.
Fechar a torneira: enquanto lava os dentes, as mãos ou faz a barba vá fechando a torneira. Pode poupar 2.700 litros. Num minuto de água a correr desperdiça 12 litros.
Lavar a loiça na máquina: com a carga completa, a poupança é muito eficiente e pode chegar aos 1.900 litros de água por mês. Mas se tiver de lavar a loiça à mão, opte por encher um alguidar. Poupa 360 litros.
Lavar a roupa na máquina: também nesta máquina a eficiência beneficia de uma carga completa. Se ainda assim não for possível evitar lavagens frequentes e com menor carga, selecione o programa de meia-carga.
Autoclismo: um autoclismo com duas possibilidades de descarga permite poupar mais de 1.500 litros de água por mês quando comparado com um autoclismo de descarga simples. E se o autoclismo tiver o depósito acessível, colocando uma garrafa com água no seu interior pode poupar litro e meio de água em cada descarga. Faça também uma utilização mais disciplinada dos sanitários.
Reaproveitar a água: enquanto espera pela água quente coloque um balde por baixo da torneira. Essa água poderá servir para o autoclismo, para limpezas, para regar as plantas ou o jardim.
Redutor de caudal: é fácil de adquirir numa qualquer superfície, de instalar e num piscar de olhos poupa 40% de água. É, porventura, a medida mais simples e eficaz.