“O dia tinha finalmente
sido anunciado: 28 de maio de 1911. Era a primeira vez que se votava em
Portugal, já que, até aí, o país vivera numa monarquia governado por um rei.
Era também inédito, em toda a Europa Ocidental, uma mulher atrever-se a votar.
A política era um assunto reservado aos homens.
Carolina sabia que
teria de ser mais astuta do que os políticos da sua época. Leu e releu a lei,
redigida de fresco e acabada de sair da revolução, e percebeu que não
especificava quem podia votar: se só os homens ou se todos os cidadãos
portugueses. Ora, ela era uma cidadã portuguesa, e até sabia ler e escrever.
Era médica ginecologista e tinha a cargo a sua filha Emília.
Não foi fácil, chegou a
ir a tribunal duas vezes para reivindicar o seu direito de voto, mas arregaçou
as mangas e lutou com toda a sua força e inteligência por aquilo em que
acreditava. E… (…)
A vida de Beatriz
Ângelo foi pioneira em várias frentes: integrou o primeiro grupo de mulheres a defender
direitos e deveres iguais para homens e mulheres; (…) foi a primeira mulher a
realizar uma cirurgia e foi a primeira feminista portuguesa, e única da sua
época, a defender o serviço militar obrigatório para as mulheres.”
Vicente, L. (2018). Portuguesas Com M Grande. Lisboa: Penguin Random House.
Se queres saber se Carolina Beatriz Ângelo conseguiu votar, e se queres conhecer melhor esta grande mulher portuguesa, vê o seguinte vídeo:
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