Meio século após a
revolução que marcou o fim da ditadura em Portugal, importa tornar presente um
dos momentos mais marcantes da nossa História. Torná-lo presente para que as
novas gerações não tenham uma imagem vaga da Revolução de abril de 74, torná-lo
presente para que os valores de abril não se diluam na espuma dos dias e as
novas gerações não assumam esses valores como um dado adquirido, mas sim,
percebam que devem continuar, sempre, a lutar por eles.
“Ama(r) a Liberdade” impôs-se
como o título óbvio para esta exposição. O infinitivo do verbo “amar” não
possuindo qualquer informação de modo ou de tempo, sugere a intemporalidade da
Liberdade. Simultaneamente, o imperativo sublinha a urgência, a obrigatoriedade
de a defender como algo premente e que não é passível de ser esquecido ou adiado.
“Ama(r) a Liberdade” é
uma exposição que ilustra a diferença
entre o “Antes” e o “Depois” da Revolução de abril, dando a conhecer
particularidades do período do Estado Novo como a Ditadura, o poder esmagador
da Censura, o controlo opressivo da PIDE, e a Guerra Colonial. Por oposição, apresenta
algumas das grandes conquistas de abril – A liberdade, as Eleições Livres, a
Democracia, a diversidade de Partidos Políticos, a luta e a conquista de
Direitos para as Mulheres.
A exposição “Mulheres e
Resistência - Novas Cartas Portuguesas e outras lutas”, patente na Biblioteca,
vem ajudar o nosso público mais jovem a compreender o papel da repressão,
particularmente sobre as mulheres, durante o Estado Novo, e dá a conhecer a
luta das Três Marias - três mulheres que ousaram denunciar muitas das situações
discriminatórias e lesivas para a mulher em Portugal e escreveram e falaram sobre temas tabu para a
época contribuindo, assim, de forma decisiva para a luta pela Igualdade de Género.
1974 – 2024. Cinco
décadas de Democracia. Meio século de mudanças. Mas o que mudou, afinal? A Fundação
Francisco Manuel dos Santos dá-nos algumas respostas a esta pergunta. O
conjunto de infográficos que integram a nossa exposição apresenta de forma
clara e apelativa evidências para meio século de evolução em diversos setores
da sociedade. São, inquestionavelmente, documentos para os quais devemos olhar
com olhos de ver.
Mas na exposição
“Ama(r) a Liberdade” impunha-se, também, um olhar artístico sobre uma revolução
que deu voz a poetas, cantores, pintores, ilustradores e muitos outros artistas
cuja voz era coartada pela voracidade da censura. E eis que a arte invade a
exposição - os alunos e as alunas do Ensino Secundário de Artes Visuais, como
se de um anacronismo se tratasse, cobrem as paredes com cartazes, qual período
pós revolução, os soldados do MFA “aparecem” junto à entrada da Biblioteca
abrindo caminho para um mundo novo que começou nesse dia.
E os cravos nos canos
das espingardas? Não poderiam ser esquecidos.
Como é que os grandes
mestres da pintura os representariam?
A resposta é-nos dada pelas
alunas da turma do 11.º ano de Artes Visuais em “(Re)Criações em Cravo”.
“Ama(r) a Liberdade” é
o resultado de muitas vontades e de muito empenho e do trabalho de uma equipa
que nela participou – alunos, alunas e docentes.
Viva o 25 de abril!
Amem a Liberdade!
A professora
bibliotecária,
M.ª Filomena Lima
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