sábado, 20 de fevereiro de 2021

Clube de Leitura do 11.º LH1 reúne “online”


Apesar do confinamento provocado pela pandemia de Covid-19, o Clube de Leitura do 11.º LH1 reuniu nos dias 18 e 19 de fevereiro através da plataforma Teams para mais uma partilha de leituras. Desta vez, o clube reuniu na sequência da leitura de um conjunto de títulos subordinados a uma mesma temática – o Holocausto. O desafio foi lançado pela professora bibliotecária tendo em conta a recente efeméride “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto” assinalada no dia 27 de janeiro.

Assim, as leituras realizadas foram as seguintes:

- “O tatuador de Auschwitz”

- “Canção de embalar de Auschwitz”

- “O violino de Auschwitz”

- “Os meninos que enganaram os Nazis”

- “Os rapazes que enganaram Hitler”

- “As irmãs de Auschwitz”

- “A rapariga do casaco azul”

Cada aluno(a) selecionou um ou mais excertos da sua preferência e após a leitura em voz alta desse mesmo excerto propôs um tema para debate, alargado ao grupo turma, suscitado por essa mesma leitura.

A propósito do livro “O Violino de Auschwitz” foram propostas as seguintes questões para debate a partir da leitura de alguns excertos:

- Será que o nível de sofrimento físico e psicológico experienciado nos Campos de Concentração permitia aos prisioneiros continuar a ter objetivos e a manter algum foco ou haveria momentos de absoluto desespero e de perda de sentido de vida?

- Tenta colocar-te na pele de um prisioneiro de um campo de concentração. Seria viável a criação de relações de amizade num ambiente tão duro e hostil?

- Qual terá sido o papel do trabalho para esses prisioneiros? Será que para a personagem principal do livro, o trabalho poderá ter sido um refúgio?  

“O Tatuador de Auschwitz” suscitou uma interessante reflexão sobre a Esperança e ainda um debate a propósito da visão que os homens tinham das mulheres. Será que as coisas estão iguais ou melhores?

A propósito de “Os Rapazes que Desafiaram Hitler” falou-se de resiliência. Os alunos afirmaram perentoriamente que não interessam os obstáculos que temos pela frente se formos determinados. Num paralelismo com o presente, viu-se a pandemia de Covid-19 como um grande desafio para a humanidade e como um problema que temos que ultrapassar com coragem, e até alguma ousadia, tal como fizeram os seres humanos que viveram durante a 2.ª Guerra Mundial.

As guerras afetam todos os seres humanos – crianças, jovens, adultos, idosos. Muitas são as crianças que, por causa de uma guerra passam diretamente para a idade adulta sem viverem esse período maravilhoso da vida que é a infância. Este foi o tema proposto para debate por uma das alunas que leu “Os meninos que enganavam os Nazis” sobretudo tendo em conta o seguinte excerto:

“Crescido, enrijecido, mudado…Talvez o meu coração também se tenha acostumado às catástrofes, talvez se tenha tornado incapaz de sentir uma mágoa profunda. O menino que eu era havia passado um ano e meio, um miúdo perdido no metropolitano e no comboio que o conduz a Dax…deixou de existir, perdeu-se para sempre no matagal de um bosque, numa estrada provençal, nos corredores de um hotel de Nice, esboroando-se a cada dia da nossa fuga (…) Afinal ainda não cheguei aos doze anos. (…) Até agora, penso ter acreditado sair da guerra ileso, mas poderei estar muito enganado. Não me tiraram a vida, mas foi pior. Roubaram-me a infância. Mataram dentro de mim o menino que eu poderia ter sido…”

In Joffo, J. (2017). Os meninos que enganavam os Nazis. Barcarena: Editorial Presença.

O debate foi-se prolongando e a leitura de excertos dos diversos livros foi tornando a conversa cada vez mais interessante e profícua. Uma sessão não chegou para que todos participassem pelo que nos voltámos a reunir no dia seguinte, mais uma vez online, mas com o mesmo entusiasmo pelas obras lidas.

Uma vez mais, este grupo de alunos deixou bem patente o seu gosto pela leitura e a sua capacidade para gerar uma discussão de ideias sobre problemáticas atuais apesar de terem partido de acontecimentos históricos ocorridos no século passado.

Muito obrigada a todos os alunos e alunas do 11.º LH1 por terem enriquecido os nossos dias e por terem gerado tanto calor humano neste momento tão difícil em que nos vemos obrigados ao afastamento físico e em que estamos restritos ao ensino a distância.





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