Assinala-se no próximo
dia 27 de janeiro o 71.º aniversário da chegada das tropas soviéticas ao campo
de concentração de Auschwitz. Nesse dia, os soldados depararam-se com um
cenário de horror inimaginável – cadáveres espalhados pelo chão, um cheiro
nauseabundo, quase incapaz de se suportar, e alguns milhares de prisioneiros
deixados para trás pelos guardas alemães, sendo que, muitos deles,
assemelhavam-se mais a uma turba de cadáveres andantes do que a seres humanos.
Os restantes tinham sido “arrastados” numa verdadeira “Marcha da Morte” em
direção a outros campos de prisioneiros, durante a qual muitos pereceram de
frio, de fome, de exaustão e, eventualmente, de um desespero imensurável, tendo
em conta tudo aquilo que tinham visto, vivido e ouvido no campo de extermínio
de Auschwitz.
Uma vez mais, a
Biblioteca Escolar assinala este dia, que nunca poderá ser esquecido, assim
como não poderão ser esquecidos todos aqueles que passaram pelos campos de
concentração Nazis e que aí morreram - homens, mulheres, crianças, velhos,
doentes…apenas porque eram “diferentes”. Apenas porque eram judeus,
sociais-democratas, comunistas, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová,
negros ou “apenas” prisioneiros de guerra.
A exposição pretende
lembrar, e homenagear, simbolicamente, cerca de 1,1 milhão de pessoas, através
de um “Memorial”, no qual estão registados 101 nomes de pessoas que morreram no
campo de extermínio de Auschwitz. Uma réplica, em ferro, da entrada do campo,
trabalho elaborado pelos alunos do 12.º ano de Artes, no ano letivo de
2011/2012, com as palavras “Arbeit Macht Frei” – O Trabalho Liberta –
impressiona pelo seu realismo. Uma estrela de David, de grandes dimensões,
tenta recordar os cerca de 6 milhões de judeus que morreram nos campos de
concentração nazis e sensibilizar para a necessidade imperiosa de incluir no
nosso dia-a-dia a palavra TOLERÂNCIA.
O violino, não só
pretende ser uma alusão ao livro “O Violino de Auschwitz”, da autora Maria Àngels Anglada, mas, também, mais um apontamento que ilustra a malvadez
refinada de todos aqueles que, no cais de chegada ao campo, escolhiam os que
sabiam tocar um instrumento musical, sobretudo violino, com o intuito de os
integrarem nas orquestras dos campos. Estes músicos, homens ou mulheres, acompanhavam
os prisioneiros até às entradas para as câmaras de gás ou “animavam” os guardas
e as guardas dos diversos campos de concentração durante os seus jantares.
As fotos ilustram, de
forma tão realista quanto possível, a realidade do quotidiano desses campos
para os prisioneiros, desde o momento da chegada até ao final, quando os
Sonderkommando tratavam de limpar as câmaras de gás e de transportar os
cadáveres para os fornos crematórios, não sem antes lhes arrancarem os dentes
de ouro, por exemplo. Este quotidiano fez-se, também, de experiências médicas
maquiavélicas que contribuíram, não o podemos ignorar e omitir, para alguns
progressos consideráveis na área da medicina, mas que se traduziram no sofrimento
e na morte de milhares de crianças, muitas delas gémeas, adultos – homens e
mulheres – que foram entregues às mãos daquele que ficou conhecido como o Anjo
da Morte – o Dr. Josef Mengele.
Para que não haja mais
“Holocaustos” e as palavras que constituem o painel da exposição a que chamámos
“Brainstorming Holocausto” sejam substituídas pelas palavras AMOR, AMIZADE,
TOLERÂNCIA, VIDA, PAZ e HARMONIA…
A Professora
Bibliotecária,
Filomena Lima
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