Na passada sexta-feira,
dia 27 de janeiro, assinalou-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do
Holocausto. Foi neste dia que, em 1945, as tropas soviéticas chegaram ao Campo
de Concentração de Auschwitz, na Polónia. O cenário com que se depararam era
terrível. Apesar de milhares de prisioneiros terem sido “arrastados” pelas
tropas Nazis na “Marcha da Morte” numa tentativa de “apagar” crimes hediondos,
muitos tinham sido aqueles que tinham ficado para trás, sobretudo porque a
linha que já os separava da morte era muito ténue. Milhares de cadáveres
estavam espalhados pelo campo, outros tantos, embora ainda vivos, já pareciam
estar na antecâmara da morte tal era a sua debilidade. Dos milhares de crianças
que tinham morrido neste campo, nas câmaras de gás, vítimas de experiências
médicas, de doenças, de fome… apenas cerca de 500 sobreviveram.
Os repórteres de guerra
fizeram questão de captar esta realidade para que não se pudesse dizer que não.
Para que não se pudesse dizer que ali, e em centenas de outros campos de
concentração, o ser humano tinha perdido a sua dignidade e tinha sido tratado
pelos seus semelhantes como não se trata nada, nem ninguém. As imagens captadas
nesse dia, e nos dias subsequentes, e os testemunhos dos sobreviventes
levam-nos a pensar que o horror do Holocausto nunca poderá ser esquecido e não
poderá ser repetido.
Essa é uma das
mensagens que a professora bibliotecária da EBS Gama Barros tenta, todos os
anos, ano após ano, passar aos alunos de diferentes anos e ciclos de ensino.
E porque é imperioso
sensibilizar mesmo os mais pequenos, durante o mês de janeiro, os alunos do 5.º
ano foram recebidos no Jardim das Leituras pela professora Filomena Lima que
partilhou com eles o livro "Rosa Branca”.
Trata-se de um livro da
autoria do conceituado Roberto Innocenti, autor multipremiado, e que nos
transporta para uma pequena localidade na Alemanha, durante a 2.ª Guerra
Mundial. Rosa é uma menina inocente que não compreende por que razão centenas
de soldados começam a chegar à sua terra, nem por que razão, um dia, ao sair da
escola, testemunha a tentativa de fuga de um menino de um camião militar. Ao
ver que não se trata apenas de uma criança, mas de várias que estão presas no
camião, Rosa decide seguir o veículo para tentar perceber para onde estão a ser
levadas aquelas crianças. Depois de muito correr em perseguição dos veículos
conduzidos por soldados nazis, Rosa chega a um local desconhecido, fora da
localidade, onde se depara com várias outras crianças presas, numa zona
delimitada por arame farpado eletrificado. Rosa Branca, como qualquer pessoa de
bom coração, não vai ficar indiferente perante o que vê e quando se apercebe
que aquelas crianças, e muitos adultos, estão cheios de fome passa a privar-se
de comida para a partilhar com quem mais dela precisa.
“Rosa Branca” é uma
história que não deixa ninguém indiferente e que suscita o debate sobre a
essência da humanidade e sobre a Guerra e a Paz. Um livro a não perder…
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