segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

"Rosa Branca" de Roberto Innocenti no "Jardim das Leituras"

 

Na passada sexta-feira, dia 27 de janeiro, assinalou-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Foi neste dia que, em 1945, as tropas soviéticas chegaram ao Campo de Concentração de Auschwitz, na Polónia. O cenário com que se depararam era terrível. Apesar de milhares de prisioneiros terem sido “arrastados” pelas tropas Nazis na “Marcha da Morte” numa tentativa de “apagar” crimes hediondos, muitos tinham sido aqueles que tinham ficado para trás, sobretudo porque a linha que já os separava da morte era muito ténue. Milhares de cadáveres estavam espalhados pelo campo, outros tantos, embora ainda vivos, já pareciam estar na antecâmara da morte tal era a sua debilidade. Dos milhares de crianças que tinham morrido neste campo, nas câmaras de gás, vítimas de experiências médicas, de doenças, de fome… apenas cerca de 500 sobreviveram.

Os repórteres de guerra fizeram questão de captar esta realidade para que não se pudesse dizer que não. Para que não se pudesse dizer que ali, e em centenas de outros campos de concentração, o ser humano tinha perdido a sua dignidade e tinha sido tratado pelos seus semelhantes como não se trata nada, nem ninguém. As imagens captadas nesse dia, e nos dias subsequentes, e os testemunhos dos sobreviventes levam-nos a pensar que o horror do Holocausto nunca poderá ser esquecido e não poderá ser repetido.

Essa é uma das mensagens que a professora bibliotecária da EBS Gama Barros tenta, todos os anos, ano após ano, passar aos alunos de diferentes anos e ciclos de ensino.

E porque é imperioso sensibilizar mesmo os mais pequenos, durante o mês de janeiro, os alunos do 5.º ano foram recebidos no Jardim das Leituras pela professora Filomena Lima que partilhou com eles o livro "Rosa Branca”.

Trata-se de um livro da autoria do conceituado Roberto Innocenti, autor multipremiado, e que nos transporta para uma pequena localidade na Alemanha, durante a 2.ª Guerra Mundial. Rosa é uma menina inocente que não compreende por que razão centenas de soldados começam a chegar à sua terra, nem por que razão, um dia, ao sair da escola, testemunha a tentativa de fuga de um menino de um camião militar. Ao ver que não se trata apenas de uma criança, mas de várias que estão presas no camião, Rosa decide seguir o veículo para tentar perceber para onde estão a ser levadas aquelas crianças. Depois de muito correr em perseguição dos veículos conduzidos por soldados nazis, Rosa chega a um local desconhecido, fora da localidade, onde se depara com várias outras crianças presas, numa zona delimitada por arame farpado eletrificado. Rosa Branca, como qualquer pessoa de bom coração, não vai ficar indiferente perante o que vê e quando se apercebe que aquelas crianças, e muitos adultos, estão cheios de fome passa a privar-se de comida para a partilhar com quem mais dela precisa.

“Rosa Branca” é uma história que não deixa ninguém indiferente e que suscita o debate sobre a essência da humanidade e sobre a Guerra e a Paz. Um livro a não perder…










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