terça-feira, 8 de maio de 2012

“Beijos no Mundo”


 
        
       O ato do beijo, segundo muitos antropólogos, poderá confundir-se com a origem da própria humanidade e estar intimamente ligado ao gesto de alimentação boca a boca que ocorria entre as mães e os respetivos filhos. Os chimpanzés, tal como outros animais, alimentam os filhos dessa forma, pelo que há quem defenda a teoria de que os nossos antepassados hominídeos também o pudessem ter feito. Segundo esses teóricos teria havido, com o tempo, uma associação entre o contacto dos lábios e a expressão de amor e afeto.
No entanto, o primeiro beijo de que há registo remonta, apenas, a cerca de 1500 a.C., na Índia. O antropólogo Vaughn Bryant identificou textos védicos primitivos que referem que as pessoas “cheiravam” com as bocas e os amantes “encaixavam boca com boca”.Esculturas Indianas são também, até ao momento, os artefactos mais antigos, que se conhecem, representando o beijo. Todavia, o beijo terá, muito provavelmente, só chegado ao Ocidente quando Alexandre, O Grande, conquistou o Punjab cerca de mil anos depois.
Importa, no entanto, referir que muitos povos não praticam o ato do beijo. O beijo é algo que os Lepcha e os Sirono da Bolívia desconhecem. Muitas culturas em África, no Pacífico Sul e nas Américas não beijavam até à chegada dos exploradores Europeus. O beijo e, sobretudo, o beijo que implicava troca de salivas, seria considerado desagradável e mesmo repugnante. Quando o povo Tsonga, da África do Sul, viu os primeiros europeus a beijarem-se terão dito: “Olhem para aquela gente! Chupam-se uns aos outros! Comem a saliva e a porcaria uns dos outros.” Acresce, todavia, esclarecer que alguns investigadores defendem que essas sociedades podem considerar o beijo como um ato do foro estritamente íntimo e, consequentemente, nunca para ser praticado ou mesmo falado em público.
Na Tailândia, por exemplo, não se devem mostrar gestos de afeto em público pelo que as pessoas não se beijam quando se cumprimentam. A saudação é feita juntando as mãos à altura do peito e fazendo uma leve vénia.
Os chineses são, de um modo geral, muito amáveis, mas, ao cumprimentarem-se, não se beijam nem se abraçam, pois são também muito discretos. Num primeiro encontro, os chineses optam por um aceno de cabeça, por um sorriso ou por um aperto de mão, numa situação mais formal. Cumprimentar com um ou dois beijos no rosto, para os que não estão habituados aos hábitos ocidentais, provocará, no mínimo, uma sensação de desconforto.
Os índios de uma tribo isolada no Equador, os Cayapas, cheiram a mão dos amigos ao cumprimentá-los. O “beijo” de despedida de uma tribo da Nova Guiné consiste em passar a mão na axila do companheiro e, em seguida, esfregar o cheiro dele por todo o corpo.
 
 
 
 

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