terça-feira, 26 de março de 2013

Jorge Amado - Apontamento biográfico







Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no distrito de Ferradas, município de Itabuna, a sul do Estado da Bahia. Filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.
Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância. Fez os estudos secundários no Colégio António Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador. Nessa altura, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes.
Publicou o seu primeiro romance, O país do carnaval, em 1931. Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Nesse ano publicou o seu segundo romance, Cacau.
Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, foi obrigado a procurar o exílio na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em que fez uma longa viagem pela América Latina. Ao voltar ao Brasil, em 1944, separou-se de Matilde Garcia Rosa.
Em 1945, foi eleito membro da Assembleia Nacional Constituinte, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai.
 
 
Em 1947, ano do nascimento de João Jorge, primeiro filho do casal, o PCB foi declarado ilegal e os seus membros foram perseguidos e presos. Jorge Amado vê-se obrigado a fugir com a família para França, onde ficou até 1950, quando foi expulso. Em 1949, morreu no Rio de Janeiro a sua filha Lila. Entre 1950 e 1952, viveu em Praga, onde nasceu a sua filha Paloma.
De volta ao Brasil, Jorge Amado afastou-se, em 1955, da militância política, sem, no entanto, deixar os quadros do Partido Comunista. Dedicou-se, a partir de então, inteiramente à literatura. Foi eleito, em 6 de abril de 1961, membro da Academia Brasileira de Letras.
A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações ao cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Os seus livros foram traduzidos para 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato de audiolivro.
Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Foi cremado conforme o seu desejo, e as suas cinzas foram enterradas no jardim da sua residência na Rua Alagoinhas, no dia em que completaria 89 anos.
A obra de Jorge Amado mereceu diversos prémios nacionais e internacionais, entre os quais se destacam: Estaline da Paz (União Soviética, 1951), Latinidade (França, 1971), Nonino (Itália, 1982), Dimitrov (Bulgária, 1989), Pablo Neruda (Rússia, 1989), Etruria de Literatura (Itália, 1989), Cino Del Duca (França, 1990), Mediterrâneo (Itália, 1990), Vitaliano Brancatti (Itália, 1995), Luis de Camões (Brasil, Portugal, 1995), Jabuti (Brasil, 1959, 1995) e Ministério da Cultura (Brasil, 1997).
Recebeu títulos de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Venezuela, França, Espanha, Portugal, Chile e Argentina, além de ter sido feito Doutor Honoris Causa em 10 universidades, no Brasil, em Itália, em França, em Portugal e em Israel. O título de Doutor pela Sorbonne, em França, foi o último que recebeu pessoalmente, em 1998, durante a sua última viagem a Paris, quando já estava doente.
Jorge Amado orgulhava-se do título de Obá, posto civil que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia.
Fonte: Fundação Jorge Amado

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