terça-feira, 28 de abril de 2020

Em abril, mulheres mil… Hertha Ayrton




28 de abril de 1854 — 23 de agosto de 1923 

“ Em 1854, Phoebe Sarah Marks nasceu em Inglaterra. Tinha tanta energia que os amigos começaram a chamar-lhe Hertha – a deusa pagã da Terra -, e Phoebe gostou tanto da alcunha que a adotou. (…)

Como a família era muito pobre, em vez de seguir o seu sonho de ir para a universidade, aos 16 anos Hertha foi trabalhar como precetora para enviar dinheiro para casa. Felizmente, conheceu a madame Bodichon, uma das líderes do movimento sufragista do Reino Unido, que a ajudou e lhe pagou os estudos. Na escola técnica, Hertha conheceu o professor William Ayrton, o seu futuro marido e parceiro de invenções.

Na década de 1890, eram usados nos candeeiros de rua e nos teatros arcos elétricos que chiavam e tremeluziam horrivelmente. William e Hertha queriam criar uma iluminação mais silenciosa. A determinada altura da pesquisa, todos os seus apontamentos arderam acidentalmente na lareira, e Hertha teve de recomeçar do zero. Enquanto William estava fora, inventou um elétrodo que gerava uma luz forte, mais estável e silenciosa. Hertha abriu portas às mulheres ao conseguir publicar artigos e dar palestras sobre eletricidade. Durante as demonstrações do arco elétrico, o público ficava espantado por ver uma mulher a manusear um equipamento que parecia tão perigoso!

Hertha foi a primeira mulher a pertencer à Ordem dos Engenheiros Eletrotécnicos. No entanto, as mulheres não estavam autorizadas a discursar na Real Sociedade. Quando o livro de Hertha, “O Arco Elétrico”, foi publicado em 1902, teve um sucesso tão retumbante que foi impossível de ignorar, e a Real Sociedade acabou por permitir que ela apresentasse o seu trabalho. Em 1906, também lhe atribuíram a Medalha Hughes pelo conjunto do seu trabalho.

Hertha mostrou-se igualmente destemida na política. Era uma ardente defensora do movimento sufragista e oferecia ajuda às mulheres que faziam greve de fome como forma de protesto. Participou no boicote de 1911 ao censo, em Inglaterra, e escreveu uma carta fervorosa no impresso, exigindo o direito de voto para as mulheres!

A genialidade de Hertha abriu caminho para que as mulheres, em toda a parte, pudessem manusear equipamentos «perigosos» e fazer grandes invenções.”

Fonte: 

Ignotofsky, A. (2016). As Cientistas – 52 mulheres intrépidas que mudaram o mundo. Lisboa: Bertrand Editora, Lda.



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