sexta-feira, 17 de abril de 2020

Em abril, mulheres mil...


Katia Krafft

 17 April 1942 – 3 June 1991

Katia Krafft


“Catherine Joséphine Conrad, mais tarde conhecida por Katia Krafft, nasceu em 1942, em França. Apaixonou-se pelos vulcões através de fotografias e, aos 14 anos, decidiu que queria ser vulcanóloga. Fez o curso de Geologia na Universidade de Estrasburgo, onde conheceu o seu futuro marido, Maurice Krafft – igualmente fanático por vulcões!
Katia começou a carreira a colher amostras de gás de vulcões. Os vulcões são imprevisíveis e perigosos, e há quem tenha demasiado medo de observar as erupções no local – não era o caso de Katia e Maurice. Ao longo das décadas de 1970 e 1980 este casal de geólogos documentou centenas de vulcões ativos pelo mundo fora: Katia fotografava e Maurice filmava.
Graças ao seu trabalho, hoje compreendemos melhor a atividade vulcânica. Katia e Maurice fizeram medições de viscosidade e leituras de gazes que lhes corroíam a roupa; colheram amostras de minerais a escassos metros dos rios de lava em ebulição; testemunharam e analisaram os efeitos das erupções, das chuvas ácidas e das perigosas nuvens de cinza nos ecossistemas; documentaram a formação de novos vulcões. Chegaram a aventurar-se num lago de ácido, dentro de um salva-vidas, para conseguirem leituras mais precisas.
As fotografias e as filmagens que faziam permitiam-lhes trabalhar com autoridades locais no desenvolvimento de medidas de segurança e planos de evacuação. Mas, apesar de ter intitulado dois dos seus últimos vídeos Compreender os riscos vulcânicos e Reduzir os riscos vulcânicos, este intrépido casal de geólogos nunca deixou de se arriscar: continuou a testar os limites, aproximando-se perigosamente dos vulcões e permanecendo cada vez mais tempo durante as erupções. Em 1991, a sorte abandonou-os. Katia, Maurice e mais 41 pessoas – cientistas e jornalistas – foram apanhados pelo fluxo piroclástico do vulcão do monte Unzen, no Japão, e morreram instantaneamente.
Katia perdeu a vida a fazer o que mais gostava, ao lado da pessoa que amava. A sua coragem, dedicação e conhecimento deram-nos um melhor entendimento dos vulcões, um entendimento que perdurará.”

Fonte:
Ignotofsky, A. (2016). As Cientistas – 52 mulheres intrépidas que mudaram o mundo. Lisboa: Bertrand Editora, Lda.
 
Katia Krafft e o marido Maurice Krafft


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