quarta-feira, 3 de junho de 2020

Rapazes que Ousam Ser Diferentes - John Carlos e Tommie Smith



John Carlos e Tommie Smith em protesto no México

Depois da rubrica “Em abril, Mulheres mil” que fomos publicando no nosso blogue durante o mês de abril, é agora a vez de a biblioteca escolar destacar várias figuras do sexo masculino cuja vida e/ou obra fizeram com que se evidenciassem do comum dos mortais.
Num período em que as questões raciais estão na ordem do dia, e em que os motins e os confrontos proliferam nos Estados Unidos da América na sequência do assassinato de George Floyd, começamos por lembrar John Carlos e Tommie Smith.


“Em 1968, no México, decorriam os Jogos Olímpicos de Verão, e as medalhas foram dadas aos vencedores da corrida dos 200 metros. Em vez do habitual aplauso ensurdecedor, a multidão ficou completamente silenciosa. Não podiam acreditar no que estavam a ver.
Contra as regras da competição, dois negros norte-americanos, John Carlos e Tommie Smith, fizeram um gesto político, cada um levantando o punho para protestar contra a maneira como os negros estavam a ser tratados no seu país de origem.
Eles queriam mostrar que estavam ao lado de todos aqueles que lutavam pela igualdade. (…) Quando o público percebeu o que se estava a passar, começaram a apupá-los, atirando-lhes coisas e gritando insultos racistas contra os dois atletas. Foram ambos levados, expulsos da equipa dos Estados Unidos e banidos dos Jogos Olímpicos.
Depois disso, enfrentaram ambos tempos difíceis. Era difícil conseguir trabalho, e receberam ameaças de morte nas suas casas. (…) Na escola, os seus filhos sofriam de bullying.(…)
Apesar de o seu protesto ter prejudicado as suas carreiras, nem John nem Tommie se arrependem do que fizeram. Tornaram-se lendas, e prepararam o palco para os atletas do futuro falarem em nome de pessoas menos afortunadas, que lutam para que as suas vozes sejam ouvidas. Agora há estátuas deles em universidades e museus por toda a América. Eles provaram a todos que o poder do desporto pode ser aproveitado para fazer o bem.”

Fonte: 

Brooks, B. (2018). Histórias para rapazes que ousam ser diferentes. Queluz: Editorial Presença.

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