Ao longo dos últimos dias,
as turmas do 6.º ano tiveram oportunidade de participar na atividade “O
Dicionário do Menino Andersen”, uma iniciativa da Biblioteca Escolar em
parceria com as docentes de Português, pensada para estimular a criatividade, o
pensamento crítico e o gosto pela linguagem.
A sessão começou com um
exercício simples, mas essencial: consultar o dicionário convencional. Cada
aluno pesquisou o significado de duas palavras no dicionário, partilhando com a
turma o que encontrou. Este momento inicial permitiu relembrar a importância do
dicionário enquanto ferramenta fundamental para compreender o mundo e a língua.
Depois, avançou-se para
outro tipo de exploração: aquele que vive nas páginas do livro O Dicionário do
Menino Andersen, de Gonçalo M. Tavares. Neste livro singular, o autor apresenta
um menino cansado de encontrar sempre as mesmas definições formais e rígidas.
Como resposta, Andersen decide criar um dicionário muito particular, onde as
palavras ganham novas vidas, sentidos inesperados e descrições carregadas de
imaginação. As definições tornam-se metáforas, imagens poéticas, pequenos
convites a olhar o quotidiano através de lentes mais criativas.
Inspirados por esta
abordagem, os alunos receberam um saquinho de palavras, de onde retiraram, à
sorte, o termo que teriam de reinventar. Surgiram definições surpreendentes,
divertidas, sensíveis e profundamente originais.
A atividade não só
reforçou o contacto com a obra literária e o uso do dicionário tradicional,
como também incentivou os alunos a perceber que a linguagem é um espaço vivo,
onde é possível experimentar, recriar e olhar para as palavras de forma
artística.
“O Dicionário do Menino
Andersen” mostrou que aprender Português pode ser também um exercício de
liberdade criativa. E, mais uma vez, a parceria entre a Biblioteca Escolar e os
docentes revelou-se fundamental para fazer nascer atividades que unem conhecimento,
leitura e imaginação.
Aqui ficam algumas das
definições dos alunos à luz do livro “O Dicionário do Menino Andersen”:
Cérebro – É um cofre de
imaginação que pode guardar coisas antigas. (Bernardo Santos e Leonor Pais –
6.º 7.ª);
Olhos – É como se fosse
uma máquina fotográfica que fica na cara e grava tudo na primeira pessoa. A
única diferença é que, em vez de guardar as coisas na máquina, guarda no
cérebro. (Tomás Seixas e Geisiane Semedo – 6.º 7.ª);
Radiografia – É uma
máquina que parece um espelho que vê os nossos ossos. (Lucas Castro e Eriane
Semedo – 6.º 1.ª);
Nariz – É a porta do ar
no corpo humano. (Leonor Alves e Beatriz Pires – 6.º 1.ª);
Músculos – É um herói
que protege os ossos de qualquer situação perigosa e que obtemos quando vamos
ao ginásio. (Gabriele Carneiro e Eliane Costa – 6.º 1.ª);
Comprimido – É uma
cápsula mágica para salvar vidas. (Lara Ramos e Rodrigo Pica – 6.º 2.ª);
Xixi – Parece limonada
só que não se bebe e entra na sanita. (Bianca Furtado e Andreia Marçal – 6.º
2.ª);
Nariz – Pistola de
ranho ou selva com macacos. (Martim Dias e Samuel dos Anjos – 6.º 2.ª);
Bactéria – Pestinhas
viciadas em contaminar os seres vivos. (Fatumata Só, Gabriela Tamele e David
Pinto – 6.º 3.ª);
Língua – O mar que
empurra os alimentos para dentro e também nos ajuda a lamber coisas. (Guilherme
O. e Martim Sequeira – 6.º 3.ª);
Veias – São como rios
de caneta verde na pele. (Oziel G. e Lucas Tavares – 6.3.ª);
Vírus – Um ser vivo que
seguiu o caminho do mal. Ele está determinado a infetar o ser vivo onde entra.
(Gabriel Santos e Bruno Conceição – 6.º 5.ª);
Garganta – Parte do
corpo que abre portas para um buraco negro. (Lucian Rusu e Vera Mesquita – 6.º
5.ª);
Pele – Local onde se
pode fazer rabiscos para parecermos radicais. (Carolina e Duarte – 6.º 4.ª);
Dedo – Minhoca agarrada
ao corpo humano que muitas crianças adoram enfiar no nariz. (Matilde Pereira e
Diogo Clemente – 6.º 4.ª);
Músculos – o nosso
super-herói Hulk do corpo que nos salva nos momentos mais pesados e nos
momentos de quedas. (Madalena Corrêa e L. Veiga – 6.º 6.ª);
Sangue – Sumo natural
preferido dos vampiros. (Juliana Rosa e Caetana Augusto – 6.º 6.ª);
Nervos – Um bichinho
muito pequenino que nos bate nas paredes do cérebro e nos faz esquecer do nosso
próprio nome e, por vezes, nos causa muita ansiedade. (Beatriz Monteiro,
Beatriz Novas e Alicia Antunes – 6.º 6.ª);
Ossos – O aperitivo
favorito dos cães. É muito forte, mas partido dá muitos prejuízos. (Bruno
Pereira e Haniel Santana – 6.º 6.ª);
Unhas – Parte do corpo usada
para facilitar a abertura das prendas ou para rasgar coisas de plástico. (Tiago
Correia e Martim Fernandes – 6.º 6.ª).
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