Apesar do confinamento provocado pela pandemia de Covid-19, o Clube de Leitura do 11.º LH1 reuniu nos dias 18 e 19 de fevereiro através da plataforma Teams para mais uma partilha de leituras. Desta vez, o clube reuniu na sequência da leitura de um conjunto de títulos subordinados a uma mesma temática – o Holocausto. O desafio foi lançado pela professora bibliotecária tendo em conta a recente efeméride “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto” assinalada no dia 27 de janeiro.
Assim, as leituras
realizadas foram as seguintes:
- “O tatuador de
Auschwitz”
- “Canção de embalar de
Auschwitz”
- “O violino de
Auschwitz”
- “Os meninos que
enganaram os Nazis”
- “Os rapazes que enganaram
Hitler”
- “As irmãs de
Auschwitz”
- “A rapariga do casaco
azul”
Cada aluno(a)
selecionou um ou mais excertos da sua preferência e após a leitura em voz alta desse
mesmo excerto propôs um tema para debate, alargado ao grupo turma, suscitado
por essa mesma leitura.
A propósito do livro “O
Violino de Auschwitz” foram propostas as seguintes questões para debate a
partir da leitura de alguns excertos:
- Será que o nível de sofrimento
físico e psicológico experienciado nos Campos de Concentração permitia aos
prisioneiros continuar a ter objetivos e a manter algum foco ou haveria
momentos de absoluto desespero e de perda de sentido de vida?
- Tenta colocar-te na
pele de um prisioneiro de um campo de concentração. Seria viável a criação de
relações de amizade num ambiente tão duro e hostil?
- Qual terá sido o
papel do trabalho para esses prisioneiros? Será que para a personagem principal
do livro, o trabalho poderá ter sido um refúgio?
“O Tatuador de
Auschwitz” suscitou uma interessante reflexão sobre a Esperança e ainda um
debate a propósito da visão que os homens tinham das mulheres. Será que as
coisas estão iguais ou melhores?
A propósito de “Os
Rapazes que Desafiaram Hitler” falou-se de resiliência. Os alunos afirmaram
perentoriamente que não interessam os obstáculos que temos pela frente se
formos determinados. Num paralelismo com o presente, viu-se a pandemia de
Covid-19 como um grande desafio para a humanidade e como um problema que temos
que ultrapassar com coragem, e até alguma ousadia, tal como fizeram os seres
humanos que viveram durante a 2.ª Guerra Mundial.
As guerras afetam todos
os seres humanos – crianças, jovens, adultos, idosos. Muitas são as crianças
que, por causa de uma guerra passam diretamente para a idade adulta sem viverem
esse período maravilhoso da vida que é a infância. Este foi o tema proposto para
debate por uma das alunas que leu “Os meninos que enganavam os Nazis” sobretudo
tendo em conta o seguinte excerto:
“Crescido, enrijecido,
mudado…Talvez o meu coração também se tenha acostumado às catástrofes, talvez
se tenha tornado incapaz de sentir uma mágoa profunda. O menino que eu era
havia passado um ano e meio, um miúdo perdido no metropolitano e no comboio que
o conduz a Dax…deixou de existir, perdeu-se para sempre no matagal de um
bosque, numa estrada provençal, nos corredores de um hotel de Nice,
esboroando-se a cada dia da nossa fuga (…) Afinal ainda não cheguei aos doze
anos. (…) Até agora, penso ter acreditado sair da guerra ileso, mas poderei
estar muito enganado. Não me tiraram a vida, mas foi pior. Roubaram-me a
infância. Mataram dentro de mim o menino que eu poderia ter sido…”
In Joffo, J. (2017). Os meninos que enganavam os Nazis.
Barcarena: Editorial Presença.
O debate foi-se
prolongando e a leitura de excertos dos diversos livros foi tornando a conversa
cada vez mais interessante e profícua. Uma sessão não chegou para que todos
participassem pelo que nos voltámos a reunir no dia seguinte, mais uma vez
online, mas com o mesmo entusiasmo pelas obras lidas.
Uma vez mais, este
grupo de alunos deixou bem patente o seu gosto pela leitura e a sua capacidade
para gerar uma discussão de ideias sobre problemáticas atuais apesar de terem
partido de acontecimentos históricos ocorridos no século passado.
Muito obrigada a todos
os alunos e alunas do 11.º LH1 por terem enriquecido os nossos dias e por terem
gerado tanto calor humano neste momento tão difícil em que nos vemos obrigados
ao afastamento físico e em que estamos restritos ao ensino a distância.
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