Katia
Krafft
17 April 1942 – 3 June 1991
Katia Krafft |
“Catherine
Joséphine Conrad, mais tarde conhecida por Katia Krafft, nasceu em 1942, em França.
Apaixonou-se pelos vulcões através de fotografias e, aos 14 anos, decidiu que
queria ser vulcanóloga. Fez o curso de Geologia na Universidade de Estrasburgo,
onde conheceu o seu futuro marido, Maurice Krafft – igualmente fanático por
vulcões!
Katia
começou a carreira a colher amostras de gás de vulcões. Os vulcões são
imprevisíveis e perigosos, e há quem tenha demasiado medo de observar as
erupções no local – não era o caso de Katia e Maurice. Ao longo das décadas de
1970 e 1980 este casal de geólogos documentou centenas de vulcões ativos pelo
mundo fora: Katia fotografava e Maurice filmava.
Graças
ao seu trabalho, hoje compreendemos melhor a atividade vulcânica. Katia e Maurice
fizeram medições de viscosidade e leituras de gazes que lhes corroíam a roupa;
colheram amostras de minerais a escassos metros dos rios de lava em ebulição;
testemunharam e analisaram os efeitos das erupções, das chuvas ácidas e das
perigosas nuvens de cinza nos ecossistemas; documentaram a formação de novos
vulcões. Chegaram a aventurar-se num lago de ácido, dentro de um salva-vidas,
para conseguirem leituras mais precisas.
As
fotografias e as filmagens que faziam permitiam-lhes trabalhar com autoridades
locais no desenvolvimento de medidas de segurança e planos de evacuação. Mas,
apesar de ter intitulado dois dos seus últimos vídeos Compreender os riscos vulcânicos e Reduzir os riscos vulcânicos, este intrépido casal de geólogos
nunca deixou de se arriscar: continuou a testar os limites, aproximando-se
perigosamente dos vulcões e permanecendo cada vez mais tempo durante as
erupções. Em 1991, a sorte abandonou-os. Katia, Maurice e mais 41 pessoas –
cientistas e jornalistas – foram apanhados pelo fluxo piroclástico do vulcão do
monte Unzen, no Japão, e morreram instantaneamente.
Katia
perdeu a vida a fazer o que mais gostava, ao lado da pessoa que amava. A sua
coragem, dedicação e conhecimento deram-nos um melhor entendimento dos vulcões,
um entendimento que perdurará.”
Fonte:
Ignotofsky, A.
(2016). As Cientistas – 52 mulheres
intrépidas que mudaram o mundo. Lisboa: Bertrand Editora, Lda.
Katia Krafft e o marido Maurice Krafft |
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