terça-feira, 30 de junho de 2020

Livro "Amália - Ditadura e Revolução - A História Secreta"


Ainda a propósito do centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a Biblioteca Escolar divulga o lançamento do livro da autoria do jornalista Miguel Carvalho que pretende dar a conhecer o lado político, secreto da rainha do fado. 
O livro reúne centenas de documentos como entrevistas da fadista, cartas, fotografias e muitos outros documentos que revelam como Amália se relacionou com o Antigo Regime e como apoiou muitos anti-fascistas na luta pela liberdade de expressão em Portugal.
Aqui pode aceder ao "Booktrailer"

https://www.wook.pt/livro/amalia-ditadura-e-revolucao-miguel-carvalho/24068003

Centenário do Nascimento de Amália Rodrigues

Fotografia de "Library of Congress"

Centenário do nascimento de Amália Rodrigues
(Lisboa,1 de julho de 1920 – Lisboa, 6 de outubro de 1999)

“De chinela no pé e uma enorme timidez, lá subiu Amália ao palco, em representação de Alcântara, bairro onde vivia com os avós, para cantar o fado que lhe abriria as portas do destino para o qual estava guardada: o de cantadeira. Alguns anos mais tarde, Amália Rodrigues seria a fadista mais bem paga de sempre e, também, a grande embaixadora de Portugal no mundo inteiro.
Teve uma infância muito difícil, quase sem amor ou carinho, e, talvez por isso, interpretava o fado como ninguém. Aquela música, com a sua tristeza inerente, dramática e lânguida, fora-lhe colocada no peito no preciso momento em que veio ao mundo e chorou pela primeira vez. Amália era a personificação do fado.”
Com apenas 15 anos foi vender fruta para a zona do Cais da Rocha e imediatamente chamou a atenção de quem por ali passava devido ao timbre especial da sua voz.
“Sempre se sentiu uma espécie de “Maria vai com as outras”: quando era uma menina, as vizinhas chamavam-na à janela a pedir-lhe que lhes cantasse uma canção, e ela cantava-lhes tangos de Gardel. Quando a chamaram para cantar pela primeira vez no estrangeiro, em Nova Iorque, ela foi. Queriam-na por duas semanas, mas fez um sucesso tal que acabou por ficar quatro meses. Sempre que a chamavam para cantar, ela ia, fosse para onde fosse, e assim se fez o seu caminho para o sucesso. Foi também assim que foi parar ao cinema e à revista: chamaram-na, e ela foi. Gostava mais de fazer cinema, já que o texto a ajudava a esconder a sua timidez extrema e que a acompanharia até ao fim da vida. Quando fazia revista, já não era bem assim, e, como nunca sabia o que dizer, cantava.
Pela primeira vez, o fado viajou até aos quatro cantos do mundo e o público, ainda que não falasse português, compreendia o sentimento contido naquela voz inigualável. Do Japão ao Brasil, não havia quem não se rendesse à sua comovente e lânguida maneira de cantar.
Cantou coisas inimagináveis que nunca antes um fadista se atrevera a cantar, como poemas de Luís de Camões, de Alexandre O’Neill ou de José Régio. E, ainda que poucos o saibam, a maioria dos versos que cantava eram seus.”
Cantou outros grandes poetas do seu tempo como David Mourão Ferreira, José Carlos Ary dos Santos e Manuel Alegre.
“É ainda a Amália que devemos a iconografia da fadista de vestido preto e xaile ao peito, de olhos fechados e rosto erguido – antes dela, as fadistas não se vestiam assim. Do rosário de penas que Deus lhe pôs no peito, Amália bordaria um xaile negro que a acompanhava quando se apresentava em público.
Tudo em Amália é imenso e intemporal, seja o legado que deixou – de ter aproximado o fado e a poesia portuguesa das gentes de todo o mundo -, seja o arrepio intenso que nos invade o corpo quando a ouvimos cantar.
Silêncio, que se vai cantar o fado.”

In Vicente, L. (2018). Portuguesas Com M Grande. Lisboa: Nuvem de Tinta


Oiça dois dos grandes fados de Amália - “Gaivota” - poema de Alexandre O’Neill e composição de Alain Oulman e “Povo que lavas no rio” de Pedro Homem de Mello. 

Para isso, clique nos seguintes links:


https://www.youtube.com/watch?v=HJ-ugf0_YPg

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Rodolfo Castro e uma história sobre Animais de Estimação, ou não.



Em final de tarde, provavelmente, numa altura em que vai passear o seu animalzinho de estimação, propomos a história "Finn Hermann" contada pelo inigualável Rodolfo Castro.
Divirta-se...
Siga o link:

https://www.facebook.com/watch/?v=1329134997285341

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Expressão “Tirar o pai da forca” tem origem num milagre de Santo António

Santo António tirando o pai da forca, Autor desconhecido, Séc. XVI
Óleo s/madeira. Museu de Lisboa.


Assinala-se amanhã, dia 13 de junho, o Dia de Santo António. Durante algumas pesquisas, sobretudo quando me preparava para partilhar a origem de algumas “Expressões com História”, acabei por ler a explicação da expressão “Tirar o pai da forca”. 
A expressão utiliza-se, como sabes, quando alguém passa por nós em grande correria. 
A origem desta expressão remonta ao século XIII, ao ano de 1227, quando Santo António já estava em Pádua. Ao que parece, Santo António terá sentido que alguém o chamava, desesperado, da cidade de Lisboa. Na verdade, esse pressentimento tinha a ver com o seu pai. Então, Santo António ter-se-á sentado a um canto da Igreja de Pádua, terá enfiado o capuz na cabeça, e terá começado a meditar. No meio da meditação, viu-se na cidade de Lisboa, onde o pai ia ser enforcado por ter sido acusado, injustamente, de ter matado um homem. Conta-se que Santo António terá conseguido ressuscitar esse homem, que contou a verdade, e o pai de Santo António foi libertado. 
Nessa altura, Santo António viu-se, de novo, no canto da Igreja de Pádua, como se nunca de lá tivesse saído. As pessoas da terra juraram que ele não se tinha mexido e que passara o dia todo embrulhado no seu hábito em meditação.
Santo António é considerado padroeiro dos amputados, dos animais, dos estéreis, dos barqueiros, dos idosos, das grávidas, dos pescadores, agricultores, viajantes e marinheiros; dos cavalos e burros; dos pobres e dos oprimidos; é invocado para achar coisas perdidas, para conceber filhos, para evitar naufrágios e para conseguir casamento.


Fonte:

Vieira, A. (2012). Expressões com História. Alfragide: Texto Editores, Lda.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Desafio sobre o Dia 10 de junho



No dia 10 de junho, a Biblioteca Escolar lança-te um desafio - um pequeno questionário para testar o que, na verdade, sabes a propósito deste feriado nacional. Para participares basta clicares no link e, depois de te identificares, responderes a todas as perguntas até ao dia 18 de junho.
A lista dos 10 melhores classificados será publicada no final da próxima semana.
O vencedor receberá um prémio.

Participa e aprende mais sobre a história do teu país e de alguns dos seus símbolos.

https://docs.google.com/forms/d/1q_e_cN0diQy2n9qtWVw1ShnBD4NHMRLS1PzjjmQvK_A/edit

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Rapazes que Ousam Ser Diferentes - John Carlos e Tommie Smith



John Carlos e Tommie Smith em protesto no México

Depois da rubrica “Em abril, Mulheres mil” que fomos publicando no nosso blogue durante o mês de abril, é agora a vez de a biblioteca escolar destacar várias figuras do sexo masculino cuja vida e/ou obra fizeram com que se evidenciassem do comum dos mortais.
Num período em que as questões raciais estão na ordem do dia, e em que os motins e os confrontos proliferam nos Estados Unidos da América na sequência do assassinato de George Floyd, começamos por lembrar John Carlos e Tommie Smith.


“Em 1968, no México, decorriam os Jogos Olímpicos de Verão, e as medalhas foram dadas aos vencedores da corrida dos 200 metros. Em vez do habitual aplauso ensurdecedor, a multidão ficou completamente silenciosa. Não podiam acreditar no que estavam a ver.
Contra as regras da competição, dois negros norte-americanos, John Carlos e Tommie Smith, fizeram um gesto político, cada um levantando o punho para protestar contra a maneira como os negros estavam a ser tratados no seu país de origem.
Eles queriam mostrar que estavam ao lado de todos aqueles que lutavam pela igualdade. (…) Quando o público percebeu o que se estava a passar, começaram a apupá-los, atirando-lhes coisas e gritando insultos racistas contra os dois atletas. Foram ambos levados, expulsos da equipa dos Estados Unidos e banidos dos Jogos Olímpicos.
Depois disso, enfrentaram ambos tempos difíceis. Era difícil conseguir trabalho, e receberam ameaças de morte nas suas casas. (…) Na escola, os seus filhos sofriam de bullying.(…)
Apesar de o seu protesto ter prejudicado as suas carreiras, nem John nem Tommie se arrependem do que fizeram. Tornaram-se lendas, e prepararam o palco para os atletas do futuro falarem em nome de pessoas menos afortunadas, que lutam para que as suas vozes sejam ouvidas. Agora há estátuas deles em universidades e museus por toda a América. Eles provaram a todos que o poder do desporto pode ser aproveitado para fazer o bem.”

Fonte: 

Brooks, B. (2018). Histórias para rapazes que ousam ser diferentes. Queluz: Editorial Presença.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

"Refugiado" é a nossa sugestão de leitura para os jovens no Dia Mundial da Criança



No Dia Mundial da Criança, deixamos uma sugestão de leitura para os mais jovens e um pedido de solidariedade para com as crianças refugiadas feito pelo próprio autor do livro que sugerimos.
“Refugiado” é um livro da autoria de Alan Gratz, um escritor Norte-Americano, já com vários livros publicados que lhe valeram excelentes críticas e alguns prémios.
Trata-se de um livro com três narrativas diferentes, sobre três crianças diferentes, em momentos temporais diferentes, mas com uma missão comum – Fugir.
“Refugiado” conta a história de Josef, de Isabel e de Mahmoud. Josef é um rapaz judeu que vive na Alemanha Nazi, nos anos 30, que é obrigado a fugir para a América numa tentativa de fuga aos Campos de Concentração. Isabel é uma rapariga cubana que, em 1994, foge, num pequeno bote, rumo aos Estados Unidos para escapar aos diversos motins e distúrbios que proliferam no seu país. Mahmoud é um rapaz sírio que, em 2015, vê a sua pátria ser dilacerada pela violência e pela destruição e que ruma à Europa em busca de paz.
Todos eles vão enfrentar várias aventuras e deparar-se com grandes perigos. Embora em momentos históricos diferentes, as histórias destas três crianças vão ligar-se, no final, devido a alguns factos chocantes.
“Refugiado” é uma boa prenda para o Dia Mundial da Criança.
Vá até uma livraria e ofereça-o a uma criança da sua família. Ao fazê-lo está a ajudar a UNICEF pois parte da receita proveniente da venda deste livro é doada pelo autor a esta organização Internacional para apoiar os seus esforços na ajuda a crianças refugiadas em todo o mundo.
Se quiser, veja o vídeo do lançamento do livro, aqui: