No âmbito do Plano de
Ação ALer+, a Biblioteca Escolar desenvolveu mais uma atividade que visa a
promoção da literacia e dos hábitos de leitura bem como a sensibilização de
alunos e da comunidade escolar, em geral, para a problemática dos refugiados,
levando-os a refletir e a debater sobre alguns problemas sociais e éticos.
Assim, a professora
bibliotecária lançou o desafio à prof.ª de Português, Fernanda Gomes, para que com
os seus alunos se abordasse as problemáticas inerentes ao tema dos refugiados,
partindo da leitura do livro “Uma Terra Prometida”.
Trata-se de uma coletânea
de contos de vários autores, Afonso Cruz, José Fanha, Miguel Real, Ana
Margarida de Carvalho, Filomena Marona Beja, de entre outros, organizada por José
Jorge Letria, e que pretende, nas próprias palavras do organizador, “abordar um
tema atual e motivador” e “homenagear todos aqueles que têm e tiveram de fugir à
fúria das diversas barbáries caídas sobre a humanidade, abandonando a sua terra”.
O 1.º desafio foi lançado.
Partir do primeiro conto, “Déjeuner sur l’herbe com alguém a afogar-se”, de
Afonso Cruz, e criar uma leitura dramatizada do mesmo, apelando ao espírito
artístico e teatral dos alunos do 9.º ano.
O título do conto
impunha uma pequena incursão por uma outra forma de expressão artística – a pintura
– para se “conhecer” a célebre obra de Édouard Manet “Déjeuner sur l’Herbe”,
inicialmente apelidada “Le Bain”. Este quadro, que atualmente pode ser admirado
no Museu do Louvre em Paris, foi rejeitado, em 1863, pelo júri do “Salon de
Paris”, apesar de aquele normalmente aceitar nus em pinturas históricas e
alegóricas. Neste caso, condenaram Manet pela colocação de um nu realista num
ambiente contemporâneo.
Édouard Manet - Le Déjeuner sur L'herbe,
1863
óleo sobre tela - 208 x 264,5 cm –
Musée d´Orsay, Paris
|
Depois de conhecerem o
quadro, os alunos fizeram uma breve pesquisa sobre a situação dos refugiados –
campos de refugiados, viagens para chegarem à Europa…Na biblioteca fez-se uma
sessão onde se abordou estes assuntos e se debateu o próprio significado da palavra
“refugiado”. Daí partiu-se para a leitura do conto e, em sala de aula, para um “brainstorming”
para se chegar a uma leitura dramatizada do mesmo. Todos deram o seu contributo
e muitas foram as ideias registadas e postas em prática.
O produto final, foi
apresentado no dia 23 de outubro, Dia Internacional da Biblioteca Escolar, aos
pais/EE dos alunos participantes e à comunidade escolar que, também, foi
convidada a assistir.
Antes da intervenção
dos alunos, houve lugar a uma explicação mais pormenorizada sobre o quadro que
inspira o título do conto, feita pelo professor João Rosado, docente de
História de Arte há muitos anos na nossa escola.
Convite enviado a pais/EE e a outros elementos da comunidade escolar |
Os pais responderam ao
convite e encheram a biblioteca onde assistiram com atenção e muito orgulho à
leitura dramatizada feita pelos seus filhos/educandos. No final, passou-se um
pequeno filme sobre a temática dos refugiados que, complementando a leitura,
suscitou um pequeno debate entre os participantes.
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