Maria Teresa de Mascarenhas Horta Barros Lisboa, 20 de maio de 1937 |
Anos
mais tarde, quando já não tinha mais bolsos para guardar tantos papelinhos com sentimentos
escritos, decidiu que era chegada a hora de publicar o seu primeiro livro de
poemas. Seguiram-se livros de contos e de prosa, mas é com o seu livro Minha senhora de mim, publicado em 1971,
que marca a diferença e altera para sempre a forma como até aí se escrevia no
feminino. O livro foi censurado pelo regime, já que falava do corpo feminino de
forma explícita, coisa proibida e nunca vista até então. Acusaram-na de ofender
a moral e os bons costumes e foi retirado das lojas com urgência. Teresa foi
perseguida pela PIDE e viveu momentos muito difíceis. (…)
É
provável que a forma transgressora e poética como Teresa vive a sua vida,
cravada de posições e de lutas pelos direitos das mulheres, tenha sido a
herança que recebeu dessa mulher extraordinária da qual descendia pelo lado
materno: a marquesa de Alorna.
Teresa
é uma poetisa inovadora, uma agitadora social e uma feminista que sempre soube,
de forma inteligente e irreverente, chocar e mudar o mundo à sua volta,
trazendo sempre um papelinho no bolso para rabiscar palavras sentidas.”
Fonte: Vicente,
L. (2018). Portuguesas Com M Grande. Lisboa:
Penguin Random House.
Para saberes o que Teresa decidiu fazer com mais duas amigas, depois de ter começado a ser perseguida pela PIDE, vê a seguinte entrevista com a autora, clicando no link:
https://ensina.rtp.pt/artigo/maria-teresa-horta-e-a-aventura-das-novas-cartas-portuguesas/
Poderás ouvir o poema "Arrebatada"...
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