terça-feira, 7 de abril de 2020

“Em abril, mulheres mil” – Billie Holiday





Filadélfia, 7 de abril de 1915 – Nova York, 17 de julho de 1959



Eleanora Fagan Gough era filha de uma mãe adolescente e de Clarence Holiday, que veio a ser um famoso músico de jazz, mas que ela nunca conheceu. A sua infância foi vivida num ambiente de grande pobreza tendo Billie começado a trabalhar com apenas 6 anos. Com apenas 9 anos, foi internada num lar para raparigas afro-americanas, por decisão do tribunal, por ter faltado muito à escola.
Aos 15 anos foi viver com a mãe para Nova York e foi aí que deu os primeiros passos na música, cantando em alguns clubes noturnos de Harlem. Aos 18 anos cantou com uma banda bastante conhecida.
A partir daí, a sua vida mudou pois Billie gravou uma série de músicas de jazz que se vieram a tornar grandes sucessos, como “What a little moonlight can do” e “Summertime”. Apesar de cantar muitas vezes em locais onde só era permitida a presença de afro-americanos em palco, a partir de dada altura, começou a frequentar e a cantar no “Café Society” local onde se encontravam pessoas de várias raças e de variados gostos musicais. Progressivamente, Billie foi interpretando temas com mensagens profundas, emotivas e de forte protesto contra o racismo. O seu visual também mudou - a imagem de marca de Billie, se assim lhe podemos chamar, passou a ser a da mulher negra que cantava com a cabeça para trás e cujo cabelo era adornado por belas flores brancas.




A sua consagração aconteceu quando Billie se apresentou com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie, e ao lado de Louis Armstrong. Em 1938, acompanhou Artie Show, sendo a primeira mulher negra a cantar numa orquestra branca, numa época de grande segregação racial nos Estados Unidos.
Apesar de todo o sucesso, Billie sentia-se muito infeliz e muito só. Quando a mãe morreu, a situação piorou e Billie acabou por se refugiar nas drogas e no álcool. No entanto, a sua vida profissional era vivida com muita intensidade. Entre 1952 e 1959, gravou 100 vezes e cantou para plateias esgotadas no Carnegie Hall, em Nova York, e fez uma grande tournée pela Europa.
Para muitos considerada uma das melhores cantoras jazz do mundo, pela profundidade e sentimento que imprimia nas suas canções, assim como pelo seu tom rouco tão característico, Billie partiu muito nova, com apenas 44 anos de idade. Os seus últimos tempos foram vividos entre a prisão (foi presa por ser apanhada com quantidades razoáveis de droga) e o hospital, onde foi várias vezes internada, devido a uma cirrose hepática de que sofria, devido ao elevado consumo de bebidas alcoólicas.
  
Oiça o inesquecível tema “Summertime” interpretado por Billie Holiday.

Para isso, siga o link:



https://www.youtube.com/watch?v=uYUqbnk7tCY 


Fonte:


Halligan, C. (2018). Mulheres: 50 histórias incríveis que mudaram o mundo. Lisboa: Minotauro.
 
 


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